Bom, como não é novidade eu realmente gosto de escrever, eu tinha um flog com o proposito de postar contos que escrevi, como não deu mto certo, to trazendo um dos contos pra cá, espero que gostem, "Contos da taberna - A garota e o corvo. Por Mariana L. Ramires"
† A garota e o corvo †
Mas uma noite de mistérios começa em minha taberna, hunff, minha é modo de falar, afinal bem ali atrás do caixa se encontra Rulz, o dono disso que se quer pode ser chamado de estabelecimento.
Após algum tempo trabalhando aqui não estou me contendo, são tantos fatos estranhos e tantas memórias perdidas que escuto nas noites a fora que não posso deixar de gravá-los em algum lugar.
Que lugar melhor do que este caderno pequeno, velho e imundo? Estou certa de que ninguém ira desconfiar a respeito de seu real propósito. Por via das dúvidas vou levá-lo comigo durante o expediente e na volta para casa também.
Bem, caro leitor, deixe-me situá-lo antes de mais nada.
Ano em que estamos : 2009
Nossa localização: Alguma rua escura em algum canto deste mundo. Cada dia estamos em um lugar.
Nosso nome: Taberna das duas luas.
Nossos clientes: Os mais variados possíveis.
Uma curiosidade: Sim ainda hoje existem tabernas perdidas neste mundo a fora... só que muitas vezes apenas que já deixou este mundo as pode ver...
Voltando aos fatos de interesse... vejo que acaba de chegar uma nova cliente, uma garota, aparentando mais ou menos 17 anos de idade, seus cabelos longos mesclam tons de preto e vermelho, são lisos e compridos tendo seu fim em algum ponto a baixo da cintura da jovem. Seu rosto pálido ressalta os olhos já bem demarcados pela sua cor extremamente azul e inexpressiva, com um pequeno toque de lápis preto sua imagem termina de ser formada. Ela se vestia com um longo vestido preto, pelo aspecto do mesmo ela devia ser uma viajante, pois as pontas eram rasgadas e algumas desfiavam deixando pequenos fios de linha preta esvoaçando conforme o andar da garota. Seus delicados pés repousavam sob um sapato ao estilo boneca, envernizado e preto combinando com o vestido. Não usava acessórios, apenas carregava um medalhão preso firmemente em sua mão direita, a corrente prateada pendia de sua mão tornando sua imagem mais leve porém não menos macabra.
Caminhando lentamente a jovem sentou-se em uma das mesas ao canto do salão, como boa garçonete me dirigi à ela e perguntei com um sorriso sério no rosto...
- O que gostaria minha jovem?
- Um copo de água. Por favor.- Respondeu a jovem timidamente.
Em meu pensamento apenas uma idéia pairava... “ Ufa, ela não é um daqueles, meu braço agradece.”
Obediente, fui até o balcão busque o copo de água para a garota e voltei para a mesa.
- Deseja mais algo?
- Sim... você poderia... poderia...
- Te ouvir?
Ela concordou com um aceno de cabeça, e então me narrou a seguinte história...
Da janela do carro a cidade era como todas as outras, pessoas normais andando normalmente, ninguém ali sabia quem ela era ou o que havia sido acusada de Ter feito, ninguém sabia seu real pesadelo.
Ela desceu na frente de sua nova casa, e logo simpatizou com o local, em seu pescoço havia um delicado medalhão de prata em formato de coração, suas roupas se resumem à um delicado vestido preto com pequenas rendas na barra e nos punhos. Seus pais abriam caminho para ela através da porta de madeira, ela entrou e logo escolheu seu quarto. O mais alto da casa.
Depois de arrumar as coisas, a jovem vestiu seu uniforme da nova escola, uma camisa branca com uma longa saia preta presa por um suspensório, colocou seu medalhão no pescoço, pegou sua mala, que adivinhem... era preta, e desceu as escadas. Na porta seu pai a aguardava para levá-la à nova escola, eles foram caminhando até um prédio de arquitetura antiga no qual varias garotas de sua idade entravam.
Ela entrou e logo foi guiada a sua nova sala. Lá uma garota se aproximou dela e apresentou-se como Isabelle, as duas conversaram durante algum tempo e logo saíram juntas para o lanche. Assim foi durante mais ou menos um mês.
Mas tudo mudou ao primeiro dia do décimo mês do ano. Isabelle não falava mais com ela e todos mantinham distância. Murmúrios eram ouvidos do corredor vindos da sala da diretoria...
- Não podemos permitir que esse monstro fique com nossas filhas!
- Quem me garante que não haverá uma Segunda vez !?
- Queremos ela fora daqui!
Ao ouvir tais palavras, a jovem se levantou de seu lugar e correu para fora da sala, no corredor encontrou-se com os pais alvoraçados.
Todos se voltaram para ela e os insultos continuaram.
- Sai daqui sua bruxa maldita!
- Você não vai matar minha filha como fez com sua irmã!
- Você tem que morrer!
- Não te queremos aqui!
A garota com o rosto banhado em lágrimas correu para os fundos da escola, e em meio á algumas ruínas do antigo prédio principal se escondeu, em uma árvore seca um corvo pousou, neste exato momento ela se recordou.
Ela e sua irmã menor brincavam alegres em um bosque perto de sua casa, corriam e se escondiam uma da outra. Sua irmã havia se escondido, ela iria achá-la. Corria para cima e para baixo, gritando pelo nome da irmã, onde ela se escondera !? Estava procurando por ela à mais de horas e nada da pequena. Caminhou durante vários minutos até chegar à uma igreja abandonada. Ali era o local perfeito para que a pequena se escondesse!
Entrou sem fazer um barulho sequer... e caminhou até o altar, que... estava cheio de velas! Que coisa estranha, pensou a jovem, aquela igreja era abandonada, não havia uma alma sequer ali, apenas as velas... um corvo descansando sobre a cruz... uma alma... e um corpo.
A jovem empalideceu ainda mais, quando se aproximou do altar, era um corpo de garota com rosto de bode embebido em sangue, tremula, mas já sabendo o que era removeu a cabeça do pobre animal de cima da face de sua pequena irmã, e notou um corte profundo de lado a lado do pescoço da pequenina, em seu peito repousava um punhal entalhado com estranhas palavras, a garota pegou o punhal em sua mão olhou pela ultima vez para os olhos azuis de sua irmã que era iguais aos dela e sem pensar uma vez sequer cravou o punhal entre seus seios fartos. Com o rosto banhado em lágrimas ela deixou-se cair de joelhos perante o altar, e a ultima coisa da qual se lembra é do som de vozes e sirenes chegando.
Acordou na UTI de um hospital. Quando de lá saiu foi vaiada, apedrejada, difamada, sofreu todo tipo de ofensa que ser nenhum merece sofrer. Não teve escolha a não ser mudar-se dali. Foi para uma nova cidade, conheceu novas pessoas e agora estava ali, sendo assombrada pelo passado.
O corvo foi planando ate ela, deixou cair sob seu corpo um punhal já conhecido pela garota, ela puxou o medalhão do pescoço e o abriu revelando uma foto, um pacotinho com cinzas e um papelzinho com a seguinte inscrição.
“Sempre juntas
*1.851 † 1.859
*1.842 † 1.859”
Logo o corvo retornava ao céu, em suas garras a alma da jovem pendia, na terra seu corpo ficara, com um corte de lado a lado do pescoço o medalhão seguro em sua mão e seu coração emitindo um único som que logo se extinguiu por completo.
Ao terminar sua narrativa a jovem olhou em meus olhos e somente então percebi o corte em seu pescoço. Ainda bem que o olhei a tempo, pois pouco a pouco ela foi desaparecendo de minha frente.
Logo despertei com o soar do sino da porta. Olhei em direção à ela e enfim o encontrei, o ser mais belo de todos meu amado, meu anjo.
Caminhei até ele e delicadamente juntei nossos lábios, tive de ficar na ponta dos pés para isso, mas não me importo. Como que por mágica, agora podiam perceber uma asa saindo de nossas costas, nos abraçamos e nossas asas bateram em um único ritmo, assim como em uma vida recente nossos corações haviam batido.
Voamos então para nosso refúgio, nosso cantinho, nossa casa, nosso lugar de amor...
† A garota e o corvo †
Mas uma noite de mistérios começa em minha taberna, hunff, minha é modo de falar, afinal bem ali atrás do caixa se encontra Rulz, o dono disso que se quer pode ser chamado de estabelecimento.
Após algum tempo trabalhando aqui não estou me contendo, são tantos fatos estranhos e tantas memórias perdidas que escuto nas noites a fora que não posso deixar de gravá-los em algum lugar.
Que lugar melhor do que este caderno pequeno, velho e imundo? Estou certa de que ninguém ira desconfiar a respeito de seu real propósito. Por via das dúvidas vou levá-lo comigo durante o expediente e na volta para casa também.
Bem, caro leitor, deixe-me situá-lo antes de mais nada.
Ano em que estamos : 2009
Nossa localização: Alguma rua escura em algum canto deste mundo. Cada dia estamos em um lugar.
Nosso nome: Taberna das duas luas.
Nossos clientes: Os mais variados possíveis.
Uma curiosidade: Sim ainda hoje existem tabernas perdidas neste mundo a fora... só que muitas vezes apenas que já deixou este mundo as pode ver...
Voltando aos fatos de interesse... vejo que acaba de chegar uma nova cliente, uma garota, aparentando mais ou menos 17 anos de idade, seus cabelos longos mesclam tons de preto e vermelho, são lisos e compridos tendo seu fim em algum ponto a baixo da cintura da jovem. Seu rosto pálido ressalta os olhos já bem demarcados pela sua cor extremamente azul e inexpressiva, com um pequeno toque de lápis preto sua imagem termina de ser formada. Ela se vestia com um longo vestido preto, pelo aspecto do mesmo ela devia ser uma viajante, pois as pontas eram rasgadas e algumas desfiavam deixando pequenos fios de linha preta esvoaçando conforme o andar da garota. Seus delicados pés repousavam sob um sapato ao estilo boneca, envernizado e preto combinando com o vestido. Não usava acessórios, apenas carregava um medalhão preso firmemente em sua mão direita, a corrente prateada pendia de sua mão tornando sua imagem mais leve porém não menos macabra.
Caminhando lentamente a jovem sentou-se em uma das mesas ao canto do salão, como boa garçonete me dirigi à ela e perguntei com um sorriso sério no rosto...
- O que gostaria minha jovem?
- Um copo de água. Por favor.- Respondeu a jovem timidamente.
Em meu pensamento apenas uma idéia pairava... “ Ufa, ela não é um daqueles, meu braço agradece.”
Obediente, fui até o balcão busque o copo de água para a garota e voltei para a mesa.
- Deseja mais algo?
- Sim... você poderia... poderia...
- Te ouvir?
Ela concordou com um aceno de cabeça, e então me narrou a seguinte história...
Da janela do carro a cidade era como todas as outras, pessoas normais andando normalmente, ninguém ali sabia quem ela era ou o que havia sido acusada de Ter feito, ninguém sabia seu real pesadelo.
Ela desceu na frente de sua nova casa, e logo simpatizou com o local, em seu pescoço havia um delicado medalhão de prata em formato de coração, suas roupas se resumem à um delicado vestido preto com pequenas rendas na barra e nos punhos. Seus pais abriam caminho para ela através da porta de madeira, ela entrou e logo escolheu seu quarto. O mais alto da casa.
Depois de arrumar as coisas, a jovem vestiu seu uniforme da nova escola, uma camisa branca com uma longa saia preta presa por um suspensório, colocou seu medalhão no pescoço, pegou sua mala, que adivinhem... era preta, e desceu as escadas. Na porta seu pai a aguardava para levá-la à nova escola, eles foram caminhando até um prédio de arquitetura antiga no qual varias garotas de sua idade entravam.
Ela entrou e logo foi guiada a sua nova sala. Lá uma garota se aproximou dela e apresentou-se como Isabelle, as duas conversaram durante algum tempo e logo saíram juntas para o lanche. Assim foi durante mais ou menos um mês.
Mas tudo mudou ao primeiro dia do décimo mês do ano. Isabelle não falava mais com ela e todos mantinham distância. Murmúrios eram ouvidos do corredor vindos da sala da diretoria...
- Não podemos permitir que esse monstro fique com nossas filhas!
- Quem me garante que não haverá uma Segunda vez !?
- Queremos ela fora daqui!
Ao ouvir tais palavras, a jovem se levantou de seu lugar e correu para fora da sala, no corredor encontrou-se com os pais alvoraçados.
Todos se voltaram para ela e os insultos continuaram.
- Sai daqui sua bruxa maldita!
- Você não vai matar minha filha como fez com sua irmã!
- Você tem que morrer!
- Não te queremos aqui!
A garota com o rosto banhado em lágrimas correu para os fundos da escola, e em meio á algumas ruínas do antigo prédio principal se escondeu, em uma árvore seca um corvo pousou, neste exato momento ela se recordou.
Ela e sua irmã menor brincavam alegres em um bosque perto de sua casa, corriam e se escondiam uma da outra. Sua irmã havia se escondido, ela iria achá-la. Corria para cima e para baixo, gritando pelo nome da irmã, onde ela se escondera !? Estava procurando por ela à mais de horas e nada da pequena. Caminhou durante vários minutos até chegar à uma igreja abandonada. Ali era o local perfeito para que a pequena se escondesse!
Entrou sem fazer um barulho sequer... e caminhou até o altar, que... estava cheio de velas! Que coisa estranha, pensou a jovem, aquela igreja era abandonada, não havia uma alma sequer ali, apenas as velas... um corvo descansando sobre a cruz... uma alma... e um corpo.
A jovem empalideceu ainda mais, quando se aproximou do altar, era um corpo de garota com rosto de bode embebido em sangue, tremula, mas já sabendo o que era removeu a cabeça do pobre animal de cima da face de sua pequena irmã, e notou um corte profundo de lado a lado do pescoço da pequenina, em seu peito repousava um punhal entalhado com estranhas palavras, a garota pegou o punhal em sua mão olhou pela ultima vez para os olhos azuis de sua irmã que era iguais aos dela e sem pensar uma vez sequer cravou o punhal entre seus seios fartos. Com o rosto banhado em lágrimas ela deixou-se cair de joelhos perante o altar, e a ultima coisa da qual se lembra é do som de vozes e sirenes chegando.
Acordou na UTI de um hospital. Quando de lá saiu foi vaiada, apedrejada, difamada, sofreu todo tipo de ofensa que ser nenhum merece sofrer. Não teve escolha a não ser mudar-se dali. Foi para uma nova cidade, conheceu novas pessoas e agora estava ali, sendo assombrada pelo passado.
O corvo foi planando ate ela, deixou cair sob seu corpo um punhal já conhecido pela garota, ela puxou o medalhão do pescoço e o abriu revelando uma foto, um pacotinho com cinzas e um papelzinho com a seguinte inscrição.
“Sempre juntas
*1.851 † 1.859
*1.842 † 1.859”
Logo o corvo retornava ao céu, em suas garras a alma da jovem pendia, na terra seu corpo ficara, com um corte de lado a lado do pescoço o medalhão seguro em sua mão e seu coração emitindo um único som que logo se extinguiu por completo.
Ao terminar sua narrativa a jovem olhou em meus olhos e somente então percebi o corte em seu pescoço. Ainda bem que o olhei a tempo, pois pouco a pouco ela foi desaparecendo de minha frente.
Logo despertei com o soar do sino da porta. Olhei em direção à ela e enfim o encontrei, o ser mais belo de todos meu amado, meu anjo.
Caminhei até ele e delicadamente juntei nossos lábios, tive de ficar na ponta dos pés para isso, mas não me importo. Como que por mágica, agora podiam perceber uma asa saindo de nossas costas, nos abraçamos e nossas asas bateram em um único ritmo, assim como em uma vida recente nossos corações haviam batido.
Voamos então para nosso refúgio, nosso cantinho, nossa casa, nosso lugar de amor...
Não sabia que você escrevia tão bem!!
ResponderExcluirse bem que eu fiquei um pouco confusa o.O
mais eu sou meia lerda mesmo
acho que estou te conhecendo mais graças ao blog ^^
até mais
a é, esqueci de falar!1
ResponderExcluirpode postar os outros contos - se você tiver - que eu leio!! \o/
adoro ler